Nov 2017
Autor: Jordi Burch
Editora: Tinta da China
«O aliciante projeto não nos poupa ao nervoso miudinho: acompanhar o Prémio Pritzker português Álvaro Siza, numa viagem por quatro bairros sociais da sua autoria em quarto cidades: Porto, Haia, Berlim e Veneza. "Traz o caderninho!", ouve-se Álvaro Siza dizer, ao sair do carro junto ao bairro da Bouça, no Porto. Acende um cigarro quando lança os olhos ao muro que voltou a encher-se de graffiti. Sobe as escadas para se aproximar da parede colorida e fixa o olhar no chão, onde caiu tinta. "É bonito o desenho que resultou, tem essas linhas finíssimas e depois as estrelas..." A Jordi Burch pede que lhe fotografe essas linhas que ele vê terminarem em estrelas. E procura de imediato o resultado no visor do que antecipa ser uma câmara fotográfica digital. Tal não é possível, e o arquitecto surpreende-se. O fotógrafo usa uma analógica Mamiya RB67 com película, que carece de tempo, de revelação, um processo mais demorado, que o seduz pelas surpresas que pode conter.» — Cândida Pinto