Autores: Eunice Castro Seixas, Paulo Castro Seixas, João Teixeira Lopes, Ligia Ferro
Publicado: 2019
Open Access
Um projeto com a singularidade do CRiCity ficaria incompleto se não ousássemos propor, sem qualquer pretensão de exaustividade, algumas recomendações, quer para investigadores que trilhem, futuramente, caminhos análogos, quer para os decisores políticos, em várias instâncias. Muito ganharíamos com políticas públicas envolventes, não burocráticas e imaginativas. Que o conhecimento científico não é neutro, já o sabemos; que a procura de objetividade e rigor nunca se deve confundir com uma crença cientista que apague a compreensão das práticas e subjetividades dos agentes sociais, também nos parece relevante assumir. As ciências sociais não podem, pois, ignorar o diálogo com os seus plurais públicos, nem esquecer o dever de converter o seu olhar analítico em contributos para a mudança social. Michael Burawoy é um autor a ter em conta nesta questão, ao propor-nos que encaremos sem dramas a crescente divisão do trabalho nas ciências sociais, embora sob um conjunto de condições. Para o sociólogo de Berkeley, podemos falar de “sociologia pública” quando entramos “em diálogo com os públicos, entendidos como pessoas que estão elas próprias em conversação” (Braga e Burawoy, 2009: 24). Respondendo às questões “sociologia para quem?” e “sociologia para quê?”, podemos dizer que a sociologia pública se destina a audiências extra-académicas e persegue um conhecimento reflexivo – pensar com os outros possibilidades de alargamento do campo dos possíveis. Nesta senda, começaríamos por realçar algumas aquisições que poderão ser úteis a outros investigadores, nomeadamente na organização de práticas de pesquisa participativa com crianças.e, frequentemente, estigmatizam.
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