Adelino Gonçalves
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O património urbano levou quatrocentos anos a constituir-se como um bem cultural a salvaguardar e evoluiu ao longo de um processo histórico-social, enraizado na ideia de que os conjuntos urbanos e a arquitetura monumental fazem parte da mesma categoria de valores históricos. Na segunda metade do século XIX, a noção de património distendeu-se e alcançou uma dimensão urbana, mas o seu entendimento sociopolítico não se soltou das teorias e práticas de intervenção e de salvaguarda estabelecidas no seio da dimensão arquitetónica em que tiveram origem. Dominadas pelo objetivo de contrariar a mudança, resistem a aceitar que esta faz parte da natureza das cidades e a integrá-la no próprio significado do património de dimensão urbana. Afinal de que falamos, quando falamos de património urbano? Surgindo de diversos estímulos, esta questão guiou os textos aqui reunidos. Foram escritos com diferentes perspetivas disciplinares porque a medida que diferencia a dimensão urbana do património e a dimensão arquitetónica não é métrica ou geométrica. É ontológica e só pode ser entendida de forma integrada. Em desenvolvimento, bem entendido.